Dra. Natasha Caldas - Cardiologia Pediátrica/Pediatria Geral

obesidade versus pressão alta

28 abril, 2023

Você sabia dos efeitos da obesidade na hipertensão infantil?

Saiu um estudo recente brasileiro mostrando a relação da pressão alta (hipertensão arterial) associada com adiposidade em crianças e adolescente. Este estudo longitudinal acompanhou 469 crianças e adolescentes com idade entre 7 e 17 anos avaliados em dois momentos. Onde foi avaliado pressão, circunferência abdominal, índice de massa corporea  e de gordura corporal dentre outro parâmetros e observaram uma incidência de hipertensão em crianças e adolescentes mais alta em comparação a estudos anteriores – Após 3 anos a incidência foi de 11,5%. Indivíduos com valores mais altos de IMC, CC e porcentagem de gordura corporal total no linha de base apresentaram maior probabilidade de desenvolverem hipertensão, sugerindo a importância da adiposidade no desenvolvimento de hipertensão, mesmo em uma população tão jovem. De forma semelhante que vemos nos adultos.

E qual a importância desse estudo, no meu ponto de vista reforçou dados já obtido pelo Estudo ERICA, que já havia observado 12,5% de prevalência de hipertensão na região sul do país. Normalmente quando falamos de grande trabalho de pesquisa e identificação de fatores de risco acabamos por utilizar estudos de fora que não contemplam as características da nossa população. E quando pensamos em saúde pública e prevenção precisamos pensar nas nossas características populacionais.

Então pais e cuidadores, vamos começar a melhorar a alimentação e interver em modificação de estilo de vida para tentar evitar a hipertensão secundária. Estimular alimentação rica e macronutrientes e pobre em ultra processados, além de prática de atividade física regular.

Gostou?!

Que saber mais sobre os dois estudo, mande um direct dizendo eu quero ler os artigos.

Até mais.

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Você sabe o que é CIA?

20 abril, 2023

Você sabe o que é CIA?    

Comunicação interatrial ou defeito do septo interatrial constitui cerca de 10% das cardiopatias congênitas, nada mais é do que a comunicação entre os dois lados do coração. Sua incidência assim como em outras cardiopatias vem sendo maior com o advento do uso rotineiro do ecocardiograma. É classificada de acordo com a localização da falha de formação da parede.
É predominante no sexo feminino, porém no tipo seio venoso a incidência é semelhante em ambos os sexos.
Quanto a genética, normalmente ocorre de forma esporádica, porém pode ter incidência familiar, e quando isso ocorre aumento o risco em 8-10% de recorrência em um parente de 1 grau.

Pode ser único ou múltiplas comunicações, sendo esta associada ou não a outras más-formações intra/extra-cardíacas. E quando associada ao outras cardiopatias pode ser crucial para a sobrevivência como nos casos de hipoplasia do coração esquerdo, transposição de grandes artérias, drenagem anômala de veias pulmonares entre outras

O diagnóstico é feito através de exame físico (escutado um desdobramento fixo do batimento do coração -> tum – tará) e exames complementares como radiografia de tórax e eletrocardiograma, e confirmado por exame de imagem: ecocardiograma.

Tipos de CIA: Ostium primum, ostium secundum, fossa ovalis, tipo seio venoso, tipo seio coronário (direta comunicação com átrio esquerdo)

Geralmente é assintomática. A clínica do paciente dependerá do tamanho do defeito e do tempo do shunt e a interação com o leito pulmonar. Supra-enchimento ventricular direito pode alterar conformação ventricular esquerda, aumento do fluxo pulmonar dentre outras alterações.

Possui tratamento, inicialmente clínico com medicamentos para controle de fluxo entre os lados do coração. E tratamento definitivo por meio de cirurgia ou cateterismo cardíaco, inclusive custeado pelo SUS – Sistema Único de Saúde.

O acompanhamento pode ser feito inicialmente pelo pediatra geral, devendo ser encaminhado ao especialista.

Dra Natasha Caldas
Pediatria/Puericultura
Cardiologia Pediátrica

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Dor de garganta X coração !

20 abril, 2023

Você algum vez já ouviu falar da relação entre infecção de garganta com o coração?😮

Não?! Pois então, algumas pessoas quando desenvolvem infecção de garganta por uma bactéria chamada Stretococcus B- hemolítico do grupo A de Lancefield podem desenvolver um quadro auto-imune conhecido como febre reumática. E consequentemente desenvolver lesão cardíaca – cardite/vavulite aguda/crônica.

Mas como isso acontece?
Isso depende da pré disposição genética do indivíduo. Hoje sabe-se que há reação cruzada entre componente da parede bacteriana com proteínas/substâncias presentes no corpo humano, levando assim a uma inflamação de diversos segmentos do corpo.
E a principal complicação é a cardite (cardio = coração + ite = inflamação) que pode levar a inflamação de todas as camadas do coração, lesão valvar, e em casos mais graves a morte.

Os primeiros sintomas acontecem cerca de 2 semanas após quadro de amigdalite, e de acordo com a história clínica anterior associado a alguns sinais/sintomas fazemos a suspeita diagnóstica de Doença Reumática/Febre Reumática.
É preciso ter evidência de infecção prévia pela bactéria (teste imunológicos/ teste rápido positivo) associado a outros achados clínicos como febre, coréia, artrite dentre outros – presentes no Critério de Jones.

O tratamento varia de acordo com a apresentação inicial – Nos casos da cardite é necessário internação e uso de corticoide e outros remédios como diuréticos e vasodilatadores de acordo com a gravidade do quadro.

📣Ressalto a importante da prevenção primária!
Toda faringomagdalite precisa ser adequadamente tratada, isso é, uma vez diagnosticada a amigdalite, e tendo possibilidade de confirmação com teste rápido (o teste do cotonete da garganta ) deve ser instituído tratamento com antibiótico – a famosa benzetacil. (padrão ouro).

Uma vez desenvolvida a doença reumática, é extremamente importante prevenção secundária de acordo com idade e tempo de doença, além de seguimento com especialista.

Diagnóstico precoce previne reativação de doença e consequentemente reduz progressão de lesão já estabelecida.

Curtiu ou tem dúvidas, comente no @dra.natasha.cardioped

 

24 abril, 2021

Olá,

Acho que vocês já se depararam com essa situação:

- “Mãe, já te falaram que seu filho tem um soprinho no coração?”

E então brotam dúvidas sobre o que é o sopro e o que ele pode causar. Vou tentar esclarecer algumas dessas dúvidas pra deixá-los mais tranquilos.

O sopro cardíaco é um som ou ruído percebido durante o exame físico da criança. Na maioria das vezes é apenas o som do fluxo sanguíneo passando nas estruturas do coração, sem necessariamente significar uma doença. Nesses casos, esse som é conhecido como sopro inocente.

No entanto, o ruído também pode indicar um problema estrutural no coração ou nos vasos que saem dele, e por isso merece atenção do médico durante o exame físico. Esse barulho pode ocorrer em qualquer faixa etária. Cerca de 30% das crianças apresentam sopro do tipo inocente.

Durante o exame físico da criança, são avaliados idade de aparecimento do som, localização, intensidade, frequência e presença ou não de associação com outros sintomas, para então tentar identificar a causa do sopro.

O diagnóstico é feito basicamente pelo exame clínico, mas exames complementares vem sendo utilizados como auxílio à esse diagnóstico.

Atualmente a triagem para sopro cardíaco é feita com raio-X e eletrocardiograma. Caso esses exames apresentem alterações que indiquem algum problema, é realizado o ecocardiograma para ver se o problema realmente existe.

Encontrada a causa do sopro, esse pode ser acompanhado pelo pediatra ou ser referenciado, em caso de doença estrutural, para acompanhamento com um cardiopediatra.

Sopros do tipo funcional ou inocente não necessitam de tratamento. Já aqueles que indicam doença estrutural, devem ser acompanhados pelo especialista para iniciar o tratamento necessário e, caso precise, determinar o melhor momento para uma intervenção corretiva.

Espero ter ajudado a te tranquilizar :) 

Um beijo no coração.


Natasha Caldas - Cardiopediatra

CRM 159528 / QRE 73754-1


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